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quarta-feira, novembro 08, 2006

raiz pé de diabo 

Prólogo

a tília olha-me como um gato
um raio
um último beijo branco despedaçando
nuvens sobre a terra – asas

sobre ti sobrepus as minhas asas e tive medo
nuvens brancas das chuvas
baptismais com que ainda te abraço

a tília
mergulha
num pélago de inumeráveis pálpebras
e o amor é cada vez mais forte
..........indelével
peixes e homens cansados procuram salvar-me
a tília
na sua quietude verde tenta lançar-me os braços
digo a mim próprio que amor não morre
..........e sei que não morre
sinto-o no mais fundo amplexo de ar que
..........os pulmões oferecem à vida
mas eu sim – e renascerei
renascerei nesta mesma cadeira
olhando esta-outra tília
virei à superfície como uma caravela muito antiga
e terei asas de ouro – esse é o meu voto

renascerei
sim
mas com asas de ouro
estas brancas com que te cobri
ficarão suspensas no éter para te aquecer
mesmo que pareçam chuva
mesmo que não as reconheças como asas
mesmo que chova a água pura deste inverno onde tudo é lonjura
..........lágrima e alegria
e uma felicidade plena e oculta

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

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