quinta-feira, setembro 07, 2006
primeiros poemas # 36
# 36
da minha doença vejo o universo inteiro
projectando-se na minha pele como uma luz
do sol ou o reflexo feminino de um amor desfeito
a travar-me os dedos e a cegar-me os olhos como os olhos cegam
quando olhamos de frente o sol quente
projectando-se na pele num reflexo feminino
ofereço-te o olhar e os toques e os sons
ofereço-te o tudo o que quiseres que te ofereça
e em cada oferenda que te faço
o meu corpo fica mais leve e cada vez mais pronto para partir
oferecer-te os meus sentidos é preparar-me para a ascensão
cantada a esse outeiro onde velas e cruzes ardem em sacro-ofício
que não sei onde fica porque nunca vivi nada
de mais profundo que o labor das mãos
e ao labor das mãos falta toda a glória divina que a mais pequena
das ervas transporta dentro dento de si e se expande
na infusão de cura que a água quente de um chá
faz propagar pelo estômago
abrindo-nos os poros e os ouvidos
pequeno cálice de verdade de onde nunca poderemos beber
sem que a morte nos contemple
e salve
e o amor seja tudo e tudo seja amor a prolongar-se no tempo
curto
desse momento feliz em que podemos deixar o corpo
e enfrentar sem medo a clara luz de um novo coração
da minha doença vejo o universo inteiro
projectando-se na minha pele como uma luz
do sol ou o reflexo feminino de um amor desfeito
a travar-me os dedos e a cegar-me os olhos como os olhos cegam
quando olhamos de frente o sol quente
projectando-se na pele num reflexo feminino
ofereço-te o olhar e os toques e os sons
ofereço-te o tudo o que quiseres que te ofereça
e em cada oferenda que te faço
o meu corpo fica mais leve e cada vez mais pronto para partir
oferecer-te os meus sentidos é preparar-me para a ascensão
cantada a esse outeiro onde velas e cruzes ardem em sacro-ofício
que não sei onde fica porque nunca vivi nada
de mais profundo que o labor das mãos
e ao labor das mãos falta toda a glória divina que a mais pequena
das ervas transporta dentro dento de si e se expande
na infusão de cura que a água quente de um chá
faz propagar pelo estômago
abrindo-nos os poros e os ouvidos
pequeno cálice de verdade de onde nunca poderemos beber
sem que a morte nos contemple
e salve
e o amor seja tudo e tudo seja amor a prolongar-se no tempo
curto
desse momento feliz em que podemos deixar o corpo
e enfrentar sem medo a clara luz de um novo coração