quinta-feira, setembro 07, 2006
primeiros poemas # 33
# 33
não choveu nem houve qualquer ameaça
de chuva mas eu senti a chuva
do nosso afastamento com um vento
frio e rasteiro como uma palavra que se perdeu
quando olhei para o céu
..........procurando como dantes te via
..........nas formas felizes de uma constelação
o céu estava diferente e eu dei por isso muito bem
todo eu sou lúcido e clarividente e nada no espaço me é oculto
olho para o céu e o céu é aquilo que o céu parece
..........nem constelação
nem tu
nem nós
nem sol ou ameaça de trovoada
o céu limpo
..........definitivamente limpo
daquilo que eras
daquilo que disseste que eras
daquilo que disseste que serias
o céu revela tudo
o amor que se perdeu
o amor que nunca se reconheceu
...........as nuvens que se dissipam para nos torturar
quem me dera não ter olhos nem cabeça nem pescoço
e nunca me pudesse deitar e tudo me impedisse de olhar o céu
quem me dera arder e ser cinzas espalhadas
num qualquer ganges perto de casa
sei que olhando o céu não posso agarrar uma estrela
mas poeira que fosse eu próprio me poderia fazer numa
moldando com as minhas mãos cansadas um barro muito limpo e verde
e reluzir ao universo inteiro gritando a toda hora
mas tudo isto não tem sentido
tudo isto é ridículo
tudo isto é fumo no ar ou a efabulação triste
de um rio junto às casas onde um dia sentimos
um no outro a pele doce do fim
não choveu nem houve qualquer ameaça
de chuva mas eu senti a chuva
do nosso afastamento com um vento
frio e rasteiro como uma palavra que se perdeu
quando olhei para o céu
..........procurando como dantes te via
..........nas formas felizes de uma constelação
o céu estava diferente e eu dei por isso muito bem
todo eu sou lúcido e clarividente e nada no espaço me é oculto
olho para o céu e o céu é aquilo que o céu parece
..........nem constelação
nem tu
nem nós
nem sol ou ameaça de trovoada
o céu limpo
..........definitivamente limpo
daquilo que eras
daquilo que disseste que eras
daquilo que disseste que serias
o céu revela tudo
o amor que se perdeu
o amor que nunca se reconheceu
...........as nuvens que se dissipam para nos torturar
quem me dera não ter olhos nem cabeça nem pescoço
e nunca me pudesse deitar e tudo me impedisse de olhar o céu
quem me dera arder e ser cinzas espalhadas
num qualquer ganges perto de casa
sei que olhando o céu não posso agarrar uma estrela
mas poeira que fosse eu próprio me poderia fazer numa
moldando com as minhas mãos cansadas um barro muito limpo e verde
e reluzir ao universo inteiro gritando a toda hora
mas tudo isto não tem sentido
tudo isto é ridículo
tudo isto é fumo no ar ou a efabulação triste
de um rio junto às casas onde um dia sentimos
um no outro a pele doce do fim