quinta-feira, setembro 07, 2006
primeiros poemas # 29
# 29
hoje dia vinte e três de agosto de dois mil e seis
foi quebrado o quarto selo da revelação
e as minhas mãos ter-se-iam aberto em fogo
se as minhas mãos se pudessem abrir em fogo
os meus olhos ter-se-iam desenhado em ouro
se os meus olhos se pudessem desenhar em ouro
e o meu coração ter-se-ia partido microscópicos cristais
se o meu coração se pudesse partir em microscópicos cristais
o meu coração não pode partir-se em cristais
nem em nada
o meu coração é obrigado a permanecer inteiro
e suportar todo o calor que concentra sem nunca se abrir
o meu coração não se voltará a abrir porque não se pode abrir
os meus olhos não desenharão nada
........nem o ouro os iluminará porque
........aos meus olhos está vedada qualquer luz
........e escuridão também
hoje dia vinte e três de agosto de dois mil e seis
foi quebrado o quarto selo do apocalipse
e eu
tendo visto não vi e tendo ouvido não ouvi
nem morri nem sobrevivi
a lua é minha testemunha – nada sinto do tudo que sei
hoje dia vinte e três de agosto de dois mil e seis
foi quebrado o quarto selo da revelação
e as minhas mãos ter-se-iam aberto em fogo
se as minhas mãos se pudessem abrir em fogo
os meus olhos ter-se-iam desenhado em ouro
se os meus olhos se pudessem desenhar em ouro
e o meu coração ter-se-ia partido microscópicos cristais
se o meu coração se pudesse partir em microscópicos cristais
o meu coração não pode partir-se em cristais
nem em nada
o meu coração é obrigado a permanecer inteiro
e suportar todo o calor que concentra sem nunca se abrir
o meu coração não se voltará a abrir porque não se pode abrir
os meus olhos não desenharão nada
........nem o ouro os iluminará porque
........aos meus olhos está vedada qualquer luz
........e escuridão também
hoje dia vinte e três de agosto de dois mil e seis
foi quebrado o quarto selo do apocalipse
e eu
tendo visto não vi e tendo ouvido não ouvi
nem morri nem sobrevivi
a lua é minha testemunha – nada sinto do tudo que sei