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sábado, julho 22, 2006

primeiros poemas # 8 

# 8

vi deus e disse-lhe que o tinha amado
até este dia em que ele se me mostrou
deus quis revelar-se para estabelecer em mim a fé
e o amor a ele............,mas deus,
este deus de sempre...........,que nos contempla
sem nunca saber o que fazer – enganou-se
............mais uma vez
nem de deus poderia esperar-se outra coisa –
e eu amava-o tanto
eu era deus
e deus eu – deus andava comigo a toda a hora
e a toda a hora eu com deus
e a minha vida era toda uma oração nova
e silenciosa
deus e eu éramos um corpo erguido da terra
com raízes e tronco e folhas e frutos

hoje vi deus e disse-lhe que o tinha amado
mas que agora já não o poderia amar
vi-o e todo o meu ser se despiu dele
tê-lo visto foi ter de deixá-lo

deus chorou............,arrependeu-se
,pediu desculpa daquela forma desequilibrada
que tem sempre ,obcecado que é
com a ideia do perdão e eu tive pena
e quis voltar a amá-lo.............,mas
já não era possível
........não o culpo de nada
........por isso seria ridículo desculpá-lo
........não lhe quero mal nenhum......,porque é imperfeito
........como um arco-íris a quem falta uma cor
só já não o consigo amar
,nem tê-lo comigo a toda a hora
porque tendo ele mostrado ao meu espírito
a sua pequena face, o seu minúsculo corpo
e a tibieza da sua voz,.............mostrou-se
sobre-humano............,antinatural
transcendente e dependente da fé
e aquilo que deus nunca soube é que a fé é o contrário do amor

na despedida............,por piedade
,a única coisa que consegui foi o dever de ser gentil
:que paz do senhor esteja consigo

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