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segunda-feira, julho 17, 2006

primeiros poemas # 6 

# 6

fechei o olhar como se fossem os olhos
a porta deste derradeiro foco de infecção
que me afronta
..........,decepado
,cortado de poder beijar
sinto nos ombros o peso de tantas catedrais
e um sopro do clero a orar por mim
como se além-eu houvesse alma que se pudesse
salvar
? mas porque se hão-de salvar as almas
..........quando os corpos enfermam tanto
? consolação

! ah

! é verdade
é aos pobres de espírito que está reservado o reino celeste

nesse caso..........(que lapso..........,o meu)
,aceito a salvação da minha alma – venha o cura exorcizar-me o espírito
enquanto eu cuspo o corpo como a um sinistro lago

lembro-me de ainda há poucos anos
na infância
ter sentido uma leve esperança
...........uma pesada esperança
uma chaminé de padaria que elevava o fumo fétido da carne
para bem alto de mim – um moinho ao pé do mar
:um charco de sol que se pôs e não voltou a subir

no campo tudo é robusto
e forte e térreo – ? e que esperança têm as árvores
? a de ter alma
? a de ganhar o reino dos céus

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