terça-feira, julho 11, 2006
primeiros poemas # 3
# 3
saúdo as flores tristes que lerem estes versos
saúdo todas as pedras e o olhar imóvel das árvores
........e as estradas à beira delas
saúdo as trovoadas que não chegam e por não chegarem são belas e desejadas
saúdo todas as coisas que não são amadas
........e todas aquelas que não amam
saúdo-me por fazer parte de todas estas coisas que sou
........como se todas as coisas que sou não fossem parte de mim
saúdo os deuses pequenos
........e os grandes que estão tão sós como o mais recluso dos monges
até saúdo deus apesar da sua estúpida concepção das coisas
........e da forma infeliz como concebeu mundos pelo espaço fora
........sem saber o que fazia
........nem para quem os fazia
… deus criou tudo menos as pessoas e a filosofia…
........saúdo-o
........mas com pena
........porque imagino o seu sofrimento solitário
olho para o pequeno espelho de bolso que tenho à minha frente
e concluo.....,por exclusão de partes.....,que sou gente
e sinto um súbito de desejo de ser cágado ou tartaruga
........não digo isto por dizer
sinto mesmo o desejo de envés de gente ser cágado ou tartaruga
não por ser melhor ser cágado ou tartaruga envés de ser gente
mas porque sendo cágado ou tartaruga ninguém
me reconheceria como gente
mas como cágado ou tartaruga e nunca seria interpelado
para nada que não fosse o olhar embevecido pela beleza da minha carapaça
saúdo todos os cágados e tartarugas que habitam o universo
saúdo-os pelas suas existências intemporais
e pela felicidade milagrosa de não serem gente
não ser gente é poder amar completamente
sem ter que honrar a deus e aos homens
e não esperar nada
não ser gente é poder ao fim do dia recolher a cabeça para dentro
.........da milagrosa carapaça onde se é sempre criança
acima de tudo..........,saúdo
,todos os que nos mundos do universo
não são gente e por isso podem amar livres e meninos
........dentro da carapaça poderosa de um cágado ou tartaruga
saúdo
e adormeço
envolvido pela combustão silenciosa e mortal
de um sono de gente...........,mas com a paz ilusória
de ter saudado todos os que acima e abaixo e fora de mim
rezam para ter...........,ainda nesta vida
,uma carapaça onde respirar
saúdo as flores tristes que lerem estes versos
saúdo todas as pedras e o olhar imóvel das árvores
........e as estradas à beira delas
saúdo as trovoadas que não chegam e por não chegarem são belas e desejadas
saúdo todas as coisas que não são amadas
........e todas aquelas que não amam
saúdo-me por fazer parte de todas estas coisas que sou
........como se todas as coisas que sou não fossem parte de mim
saúdo os deuses pequenos
........e os grandes que estão tão sós como o mais recluso dos monges
até saúdo deus apesar da sua estúpida concepção das coisas
........e da forma infeliz como concebeu mundos pelo espaço fora
........sem saber o que fazia
........nem para quem os fazia
… deus criou tudo menos as pessoas e a filosofia…
........saúdo-o
........mas com pena
........porque imagino o seu sofrimento solitário
olho para o pequeno espelho de bolso que tenho à minha frente
e concluo.....,por exclusão de partes.....,que sou gente
e sinto um súbito de desejo de ser cágado ou tartaruga
........não digo isto por dizer
sinto mesmo o desejo de envés de gente ser cágado ou tartaruga
não por ser melhor ser cágado ou tartaruga envés de ser gente
mas porque sendo cágado ou tartaruga ninguém
me reconheceria como gente
mas como cágado ou tartaruga e nunca seria interpelado
para nada que não fosse o olhar embevecido pela beleza da minha carapaça
saúdo todos os cágados e tartarugas que habitam o universo
saúdo-os pelas suas existências intemporais
e pela felicidade milagrosa de não serem gente
não ser gente é poder amar completamente
sem ter que honrar a deus e aos homens
e não esperar nada
não ser gente é poder ao fim do dia recolher a cabeça para dentro
.........da milagrosa carapaça onde se é sempre criança
acima de tudo..........,saúdo
,todos os que nos mundos do universo
não são gente e por isso podem amar livres e meninos
........dentro da carapaça poderosa de um cágado ou tartaruga
saúdo
e adormeço
envolvido pela combustão silenciosa e mortal
de um sono de gente...........,mas com a paz ilusória
de ter saudado todos os que acima e abaixo e fora de mim
rezam para ter...........,ainda nesta vida
,uma carapaça onde respirar