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segunda-feira, julho 31, 2006

primeiros poemas # 18 

# 18

esta noite
,enquanto esperava por uma trovoada que nunca chegou a celebrar-se
,caí por uma ravina à beira da cama

..........corri as cortinas da janela
e pus-me a pensar na metamorfose das borboletas
e na filosofia das abelhas
não cheguei a conclusão nenhuma mas pensar nisso
acalmou-me a dor física de ter caído
e de raspão ter ferido a mão direita

pensar na metamorfose das borboletas
ou na filosofia das abelhas
acalma-me sempre – qualquer dor

deitei-me outra vez..........,já sem poder dormir
e li até me chorarem os olhos a música de mozart
ler a música de mozart é como pensar na metamorfose das borboletas
ou na filosofia das abelhas

dorido da queda
,segui aquela missa natural
,mentindo a mim próprio afirmando a elevação do meu espírito
e julguei-me..........,finalmente
,livre de ser cordeiro
..........na paz secreta da comunhão e da absolvição
..........livre da culpa
..........,da minha tão grande culpa

com a luz apagada e o dia ainda por nascer
peguei no rosário japonês que um velho mestre me ofereceu
e recitei até não ter dedos as palavras sagradas
da sobrevivência:
kyrie eleison – christi eleison – kyrie eleison

:foi como se não tivesse caído da ravina
e me tivesse posto a voar por dentro de toda a infelicidade
até fechar os olhos e com calor ser feliz

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