<$BlogRSDUrl$>

terça-feira, julho 25, 2006

primeiros poemas # 12 

# 12

eu..........,que sou menos que uma pedra,...........(o
que não é difícil porque uma pedra traz em si o espírito de todo um universo)

recuso a filosofia

e proclamo a religião,
.........que por ser religião não tem nome
.........nem pastor nem tristeza nem alegria
.........nem amor nem ódio nem leveza
.........nem trovoadas nem chuvas nem sol
.........nem nada do que possa cair do céu
.........ou vir do fundo da terra – ao contrário
:proclamo a religião porque a religião é todas estas coisas
juntas num único laço fazendo de nós um verso
a escorrer pelo aparo da caneta

a filosofia tem nome
pastor e tristeza e alegria
e amor e ódio e leveza
,trovoadas...........,chuvas...........,sol
e absorve tudo o que do céu é caído e tudo quanto d
o fundo da terra é erguido

mas a filosofia exige que pensemos no seu nome
que sigamos ou rejeitemos o pastor
exige que pensemos no amor
............,na tristeza e na alegria
exige que pensemos nas trovoadas
...........,nas chuvas
...........,no sol
e nas coisas abençoadas que caem do céu ou se erguem da terra

nomear uma coisa é querer possuí-la
e pensarmos nelas é já as termos perdido
,aceitar ou rejeitar é nunca sentir nada

pensar é abandonar o corpo e agarrar o lastro de tudo o que já foi com a cabeça
...........– é não ter pele –

proclamo a religião e quando a filosofia me assalta
sinto apenas a sua presença e deixo-a passar
como faria num sonho perante a presença maligna de um espírito morto

This page is powered by Blogger. Isn't yours?