terça-feira, julho 25, 2006
primeiros poemas # 11
# 11
bebo chá –
o chá é uma parte do céu
e o céu são folhas de chá aninhadas
no fundo de uma chávena
beber chá faz-nos perceber que não há memória no mundo
que tudo é visível e presente como os pés
ou os cabelos – quando bebo chá e olho o céu
entra-me na pele um vento cheio de terra
afundando-me o coração e o cérebro
num cimento de jardim cheio de mar
onde repouso oculto porque sem coração
e sem cérebro
sou tão nobre
e alto
e intocável
como um grande rochedo dos himalaias
ou uma laranjeira
num quintal
bebo chá porque bebendo chá
me aproximo de todas as coisas divinas da existência
com a certeza de que na existência não há nada de divino
bebo chá porque bebendo chá
nasce em mim a clarividência irrefutável
de que o misticismo é a única coisa solar
que a terra transporta e que sendo o misticismo transportado pela terra
não há nada mais verdadeiramente real que uma chávena de chá
bebo chá –
o chá é uma parte do céu
e o céu são folhas de chá aninhadas
no fundo de uma chávena
beber chá faz-nos perceber que não há memória no mundo
que tudo é visível e presente como os pés
ou os cabelos – quando bebo chá e olho o céu
entra-me na pele um vento cheio de terra
afundando-me o coração e o cérebro
num cimento de jardim cheio de mar
onde repouso oculto porque sem coração
e sem cérebro
sou tão nobre
e alto
e intocável
como um grande rochedo dos himalaias
ou uma laranjeira
num quintal
bebo chá porque bebendo chá
me aproximo de todas as coisas divinas da existência
com a certeza de que na existência não há nada de divino
bebo chá porque bebendo chá
nasce em mim a clarividência irrefutável
de que o misticismo é a única coisa solar
que a terra transporta e que sendo o misticismo transportado pela terra
não há nada mais verdadeiramente real que uma chávena de chá