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domingo, junho 18, 2006

II - novos evangelhos - cartas de amor # 14 

# 14 – 15 de junho de 6006 – tchernobyl

devo despedir-me de ti
e fazê-lo claramente – como o pássaro
se despediu do olhar do primeiro homem
que olhou um pássaro à face da terra –
tenho de me despedir de ti como uma respiração
deixar-te ir e adormecer – que saudades de adormecer
em lençóis do fino linho de áfrica
,que saudades de adormecer na distância
repleta de espíritos da minha cama de
menina embrulhada em cabelos

despeço-me de ti porque o amor
se despede do amor quando não é amado
e recordar o amor é amar como um relógio parado
..........tristes relógios parados que ocupam
..........os meus corações doentes e as minhas
..........cabeças frias –
… que saudades de me encostar
em fronhas de flanela nas noites
siberianas da judeia – que saudades
de me despedir de ti meu santo essénio
salvador de magos e ilusionistas

– não sinto tristeza nem amargura
:não sou poeta – só dor pelo corpo
coberto da lã negra com que me revisto

tudo há-de murchar no meu minúsculo ventre pejado de universo

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