sábado, maio 20, 2006
II - novos evangelhos - cartas de amor # 3
# 3 – 19 de maio de 6006 – tchernobyl
tenho a pele mortificada
rasgada de sangues e fluidos espessos
tenho as pernas marcadas com
o silício de espinhos –
sim
,guardei-o
,roubei-o
,com os milénios os espinhos tornaram-se
fortes arames de rosa
que na minha pele fazem jorrar
um prazer que nunca senti
mas sei que existe –
tenho a pele tão marcada como
todos os seres deste eido
[poderosa ucrânia de outros impérios]
espeto garfos dentro de mim
ajoelhada
face à cruz ou
erecta
enquanto celebro a eucaristia –
tenho os dedos amarelos dos cigarros
e os olhos raiados de um violeta
aberto e sorridente – um amor leve de violeta
no cálice é o meu sangue e a minha água que se misturam
na hóstia é o meu corpo que se partilha
quebrado em três
e três vezes cruzado sobre o oráculo sacro
da missa – é ao senhor que oferendo estas oblações
mas é por ti que me mortifico
é pelas feridas do meu corpo estilhaçado
que o teu sopro entra
é pelo sangue e água que verte do meu peito
que se espalha este amor que te espera
noutros tempos..........,nestes
campos
,estariam a despontar nas cerejeiras
bagas vermelhas.........,quentes e doces
:tâmaras do oriente
agora...................,que tudo secou
e se decepou
ainda imagino frutos frescos
e pensando em ti o meu sangue
é o sumo de uma romã aberta
tenho a pele mortificada
rasgada de sangues e fluidos espessos
tenho as pernas marcadas com
o silício de espinhos –
sim
,guardei-o
,roubei-o
,com os milénios os espinhos tornaram-se
fortes arames de rosa
que na minha pele fazem jorrar
um prazer que nunca senti
mas sei que existe –
tenho a pele tão marcada como
todos os seres deste eido
[poderosa ucrânia de outros impérios]
espeto garfos dentro de mim
ajoelhada
face à cruz ou
erecta
enquanto celebro a eucaristia –
tenho os dedos amarelos dos cigarros
e os olhos raiados de um violeta
aberto e sorridente – um amor leve de violeta
no cálice é o meu sangue e a minha água que se misturam
na hóstia é o meu corpo que se partilha
quebrado em três
e três vezes cruzado sobre o oráculo sacro
da missa – é ao senhor que oferendo estas oblações
mas é por ti que me mortifico
é pelas feridas do meu corpo estilhaçado
que o teu sopro entra
é pelo sangue e água que verte do meu peito
que se espalha este amor que te espera
noutros tempos..........,nestes
campos
,estariam a despontar nas cerejeiras
bagas vermelhas.........,quentes e doces
:tâmaras do oriente
agora...................,que tudo secou
e se decepou
ainda imagino frutos frescos
e pensando em ti o meu sangue
é o sumo de uma romã aberta