quinta-feira, abril 20, 2006
novos evangelhos - cartas de amor # 8
# 8 – 19 de abril de 6006 – hiroshima
ouço os pássaros neste ninho onde me escondo
lugar roubado à luz e às memórias
? os pássaros ouvem-me
aproximo o corpo das paredes
se tivesse coragem sairia desta caverna japonesa
levitando
observando
o terror do alto
– lá onde os
pássaros observam o terror que sou
a pele que não sinto – deixo-me cair
ouço pássaros neste ninho onde me mostro
lugar conquistado às deusas e às suas revelações
mistério da encarnação divina que desprezo
canto o que os pássaros não podem
? caverna japonesa – ? hiroshima
? quantos milhões aqui padeceram em
meu nome e em
nome de todos os justos
? que justos
? santos
? profetas
? místicos
? médicos
se tivesse coragem não voltaria a voar
sentar-me-ia numa cadeira de plumas
olhando um mar doce e ilimitado
pleno de sois e luas cavalgando sob mim
não tenho coragem
fumo cigarros ao som de pássaros inventados
? hiroshima
sim – lugar oculto onde encontrarão os
vestígios da minha mortalha
ouço os pássaros neste ninho onde me escondo
lugar roubado à luz e às memórias
? os pássaros ouvem-me
aproximo o corpo das paredes
se tivesse coragem sairia desta caverna japonesa
levitando
observando
o terror do alto
– lá onde os
pássaros observam o terror que sou
a pele que não sinto – deixo-me cair
ouço pássaros neste ninho onde me mostro
lugar conquistado às deusas e às suas revelações
mistério da encarnação divina que desprezo
canto o que os pássaros não podem
? caverna japonesa – ? hiroshima
? quantos milhões aqui padeceram em
meu nome e em
nome de todos os justos
? que justos
? santos
? profetas
? místicos
? médicos
se tivesse coragem não voltaria a voar
sentar-me-ia numa cadeira de plumas
olhando um mar doce e ilimitado
pleno de sois e luas cavalgando sob mim
não tenho coragem
fumo cigarros ao som de pássaros inventados
? hiroshima
sim – lugar oculto onde encontrarão os
vestígios da minha mortalha