domingo, fevereiro 05, 2006
tratado secreto da cidade # 33
# 33 – vigésimo terceiro dia – 33 de dezembro – évora
18h50
em memória do poeta antónio gancho, (évora 1940-telhal 2005)
que bom teres acordado para me beijar, enorme pássaro. mas deus não quer que apanhes frio. e deus tem razão. deus é bom para ti, deus… enfim as palavras.
vieste beijar-me à cidade que te enlouqueceu.
évora santa. católica. romana.
a que exclui os seus apóstolos a que os torna cativos de pequenas torturas.
.....é tão bom
.....falas e as tuas vozes condizem com a marcha celeste do cristo que trazes entre os olhos. chegaste, com cama e tudo, como uma missa de requiem [a muitas, muitas, vozes] abrindo as asas para elevar ao paraíso a glória de um divino amor. terreno. e. carnal. vou fumar em tua honra todos os cigarros sem filtro que ainda me restam. aqui estou e ofereço-me a ti, falcão doente que, agora, atingiste a suprema satisfação da condição inumana da liberdade.
.....santo. santo. santo. lux perpetua.
em cada pedra deste imenso túmulo romano vamos rir e reinventar uma epistola que dedicaremos ao povo, montados na torre sineira da igreja de santo antão da praça do geraldo. lacrimosa fábula nossa. adeus falcão. estás a salvo. ora por nós, aí perto do sol. mas não te esqueças querido, foi bom, agradeço-te muito, muito, teres vindo para me beijar, mas não te esqueças – querido – deus não quer que apanhes frio. e deus tem razão. está mesmo frio. glória ao sol acima de todas as coisas. glória ao riso.
adeste fideles.
18h50
em memória do poeta antónio gancho, (évora 1940-telhal 2005)
que bom teres acordado para me beijar, enorme pássaro. mas deus não quer que apanhes frio. e deus tem razão. deus é bom para ti, deus… enfim as palavras.
vieste beijar-me à cidade que te enlouqueceu.
évora santa. católica. romana.
a que exclui os seus apóstolos a que os torna cativos de pequenas torturas.
.....é tão bom
.....falas e as tuas vozes condizem com a marcha celeste do cristo que trazes entre os olhos. chegaste, com cama e tudo, como uma missa de requiem [a muitas, muitas, vozes] abrindo as asas para elevar ao paraíso a glória de um divino amor. terreno. e. carnal. vou fumar em tua honra todos os cigarros sem filtro que ainda me restam. aqui estou e ofereço-me a ti, falcão doente que, agora, atingiste a suprema satisfação da condição inumana da liberdade.
.....santo. santo. santo. lux perpetua.
em cada pedra deste imenso túmulo romano vamos rir e reinventar uma epistola que dedicaremos ao povo, montados na torre sineira da igreja de santo antão da praça do geraldo. lacrimosa fábula nossa. adeus falcão. estás a salvo. ora por nós, aí perto do sol. mas não te esqueças querido, foi bom, agradeço-te muito, muito, teres vindo para me beijar, mas não te esqueças – querido – deus não quer que apanhes frio. e deus tem razão. está mesmo frio. glória ao sol acima de todas as coisas. glória ao riso.
adeste fideles.