sexta-feira, fevereiro 03, 2006
tratado secreto da cidade # 32
# 32 – vigésimo segundo dia – 32 de dezembro – lisboa
12h00
é preciso recompor o corpo. este lugar tornou-se num templo negro. mora aqui uma alma maléfica que nos está a corroer o sangue. não podemos deixar. por nós. por todos. pelos que aqui vão ficar. pelos que não admitem que é preciso sair deste lodo. pelos que aceitam a doença como um vicio. podemos fugir hoje. sair daqui já. sem levar nada. nadar para um descanso pleno. basta descer esta escada. temos de nos curar. temos de nos curar. temos de nos curar. temos essa força. é indestrutível porque é puro amor. eles não perceberam isso. eles não sabem o que é o amor. que nasça em nós a saudade das orações que havemos de dizer. as orações que nunca foram ditas. que nunca foram escritas. as que seremos nós a compor. se hoje. se. já. descermos esta escada a gritar num riso incontido de alegria e descoberta. se corrermos com voz de tambor, os nossos passos hão-de fazer a chuva voar. temos de ganhar coragem para elevar os beijos. sentir as carícias e pequenas rosas a desenharem-se na pele. o corpo recompõe-se sempre. temos esse poder, esse dom, essa magnifica luz dourada e há velas e incenso a arder no fundo destas escadas. a arder por nós. um sol imenso em chamas para nos curar.
12h00
é preciso recompor o corpo. este lugar tornou-se num templo negro. mora aqui uma alma maléfica que nos está a corroer o sangue. não podemos deixar. por nós. por todos. pelos que aqui vão ficar. pelos que não admitem que é preciso sair deste lodo. pelos que aceitam a doença como um vicio. podemos fugir hoje. sair daqui já. sem levar nada. nadar para um descanso pleno. basta descer esta escada. temos de nos curar. temos de nos curar. temos de nos curar. temos essa força. é indestrutível porque é puro amor. eles não perceberam isso. eles não sabem o que é o amor. que nasça em nós a saudade das orações que havemos de dizer. as orações que nunca foram ditas. que nunca foram escritas. as que seremos nós a compor. se hoje. se. já. descermos esta escada a gritar num riso incontido de alegria e descoberta. se corrermos com voz de tambor, os nossos passos hão-de fazer a chuva voar. temos de ganhar coragem para elevar os beijos. sentir as carícias e pequenas rosas a desenharem-se na pele. o corpo recompõe-se sempre. temos esse poder, esse dom, essa magnifica luz dourada e há velas e incenso a arder no fundo destas escadas. a arder por nós. um sol imenso em chamas para nos curar.