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sábado, janeiro 07, 2006

tratado secreto da cidade # 18 

# 18 – décimo quarto dia - 14 de dezembro – évora

6h00

... dia em que lhe peguei nas mãos e lhe observei os dedos. tinha mandalas em cada uma das pequenas extremidades. como se monges tibetanos tivessem laboriosamente desenhado dez únicos e irrepetíveis digitais mandalas de areia nos seus dedos. bebemos chá de tília. num café com mesas de mármore. e madeira. avisados da impermanência de tudo, os monges, mal terminam o mandala desfazem-nos com um. só. gesto. cada mandala leva meses a desenhar. às vezes quase um ano. mal um é destruído logo outro se inicia. assim passam aqueles monges as suas vidas. naquele dia aqueles minúsculos mandalas digitais ainda se estavam a fazer. alguns circulares, outros espiralados. hoje vi-os e reparei que estavam concluídos. chegou o momento de os desfazer num só gesto, para reiniciar os seus desenhos. contudo, mantém-se o olor a tília.

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