domingo, outubro 16, 2005
tratado secreto da paisagem # 39
hoje o espaço não existe
o espaço
é só espaço
e o que o nele habita é o zero
da transfusão venosa corpo a corpo
hoje não há habitantes secretos
nem explícitas constelações
humanas flutuando
com a música das esferas oculares
o metal
está frio
e a água inunda-me o interior dos pés
o espaço é o que não se desenha
nem se escreve
o espaço é o olho marítimo
que observa o naufrágio
das naves no sal
e ajuda os afogados
na sua débil respiração
não há espaço
é domingo
só musgo e desolação
o espaço
é só espaço
e o que o nele habita é o zero
da transfusão venosa corpo a corpo
hoje não há habitantes secretos
nem explícitas constelações
humanas flutuando
com a música das esferas oculares
o metal
está frio
e a água inunda-me o interior dos pés
o espaço é o que não se desenha
nem se escreve
o espaço é o olho marítimo
que observa o naufrágio
das naves no sal
e ajuda os afogados
na sua débil respiração
não há espaço
é domingo
só musgo e desolação