quarta-feira, outubro 12, 2005
tratado secreto da paisagem # 34
há tanta coisa na terra
antiquíssimos dejectos materiais
pirâmides imensas de um sal secular
homens tristes
rostos sem momento
sinos com pés pesados
cuspindo um tempo líquido
e pedra
só a luz é recém-chegada a este
planeta de lágrimas
e medo infligido pelos domingos
mesmo assim
neste breve tempo
em que se romperam as trevas
tudo se organizou com um hierárquico sentido
e à luz chamou-se luz do sol
esculpiram as manhãs
as tardes – inventaram o amanhecer
o crepúsculo – o entardecer
a obscuridade
as imagens agora misturam-se
e a noite é a resistência sempre derrotada
o núcleo essencial do caos que resta
a noite é o inominável
o dossel que protege os que tremem
do olho que tudo vê
a noite é o anjo
antiquíssimos dejectos materiais
pirâmides imensas de um sal secular
homens tristes
rostos sem momento
sinos com pés pesados
cuspindo um tempo líquido
e pedra
só a luz é recém-chegada a este
planeta de lágrimas
e medo infligido pelos domingos
mesmo assim
neste breve tempo
em que se romperam as trevas
tudo se organizou com um hierárquico sentido
e à luz chamou-se luz do sol
esculpiram as manhãs
as tardes – inventaram o amanhecer
o crepúsculo – o entardecer
a obscuridade
as imagens agora misturam-se
e a noite é a resistência sempre derrotada
o núcleo essencial do caos que resta
a noite é o inominável
o dossel que protege os que tremem
do olho que tudo vê
a noite é o anjo