segunda-feira, outubro 03, 2005
tratado secreto da paisagem # 22
e é branca e pesada e sorri
como um espanca-
-dor de chuva
embrulhado nas mãos
do fim do mundo até ao principio da terra
escorre
branca e pesada – espessa
gotejante
abre e fecha como uma luva
[pulmões fechados numa espécie de vulva]
um embrulho de mãos
do princípio do mundo até ao princípio da lua
escorre
seca e dura
e é pesada e escura
agarrando-se aos lençóis de
uma qualquer asa impura
ornada pela magreza absoluta de
uma cadavérica cintura
..........o sol eclipsou-se
..........a lua
..........entre a terra e essa branca e espessa criatura
..........pesada e escura
alcança-me o ar pesado
e força-me à tortura
ao espasmo
à morte lenta do precipício
de uma árvore caída e morta
com a raiz da minha altura
escorre
gotejante
como um espanca-dor-de-sangue
a cadavérica cintura
do princípio da terra até ao principio da terra
uma muralha branca e seca
desperta as pedras rotulares de
um castelo de brasas – é hamlet
abraçado à sepultura
como um espanca-
-dor de chuva
embrulhado nas mãos
do fim do mundo até ao principio da terra
escorre
branca e pesada – espessa
gotejante
abre e fecha como uma luva
[pulmões fechados numa espécie de vulva]
um embrulho de mãos
do princípio do mundo até ao princípio da lua
escorre
seca e dura
e é pesada e escura
agarrando-se aos lençóis de
uma qualquer asa impura
ornada pela magreza absoluta de
uma cadavérica cintura
..........o sol eclipsou-se
..........a lua
..........entre a terra e essa branca e espessa criatura
..........pesada e escura
alcança-me o ar pesado
e força-me à tortura
ao espasmo
à morte lenta do precipício
de uma árvore caída e morta
com a raiz da minha altura
escorre
gotejante
como um espanca-dor-de-sangue
a cadavérica cintura
do princípio da terra até ao principio da terra
uma muralha branca e seca
desperta as pedras rotulares de
um castelo de brasas – é hamlet
abraçado à sepultura