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sábado, outubro 01, 2005

tratado secreto da paisagem # 20 

não toquei
nunca
em nada
e queria das minhas mãos um piano
e línguas de espuma
coisas espetadas no crânio
que tivessem sabor
e olor a álcool primeiro a arder depois a evaporar
não nunca
nunca agarrei
guitarras pelas pernas –
carlos [nem
mesmo] quando tu [nas paredes] as oferecias
em cordas de violino clavicórdios de hora em hora
num dia de anos
nunca
nunca
respirei
o brilho arrastado da essência vegetal

como todos os ditadores
faço planos para os próximos mil anos
desenhos
herberto helder minha capital
antero numa banheira marat nacional
:nosso senhor
e um terreiro de penitentes
vendendo jornais com a cara de toda a gente

faço planos
de dentes lavados envés de
avantes clandestinos
vendidos meninos vestidinhos em casa
por poetas militantes mutilados e enganados

mas vi no breu das alcovas
jesus de costas que é santa rita a rir
[klaus kinski enforcado é que nunca nunca vi
nunca toquei
nunca respirei]

e ainda...
joão villaret passando na sua procissão
meu divino são
josé

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