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quarta-feira, outubro 26, 2005

tratado secreto da medicina # 8 

é triste e leve a memória que os filhos
guardam das mães inventadas – infância de
mães secretas – mães cobertas por uma ténue
poeira de chuva – mães abertas
pele que um dia se desfaz primeiro prata na
adolescência depois cobre na maturidade que é
torpe e analfabeta
ao crepúsculo a verdade desobedece e o
esquecimento adensa-se na boca de uma luz
projectada – um amor que não chegou
[ou que foi demais]
os filhos guardam da infância a memória de
uma mãe quieta e com a noite e o vento que
cai
a memória – mais que oca – é angustia
desperta

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