domingo, setembro 18, 2005
tratado secreto da paisagem # 7
move-se na língua a distinta veia do
ódio – cada vez mais forte – um ódio que levita
como uma agulha que deposita em gotas
um lento escorrer de limão
nas palavras
a boca
a agudeza das coisas infinitas onde o amor não toca
e à minha volta há homens que se chamam júlia
e dentes-de-leão que enfeitam os
seus corpos despidos – quentes como candeias no mar
no sorriso espetam-se cravos e
o mar flutua dentro de ti
para dentro de ti
como um mastro que balouça
num lento escorrer de limão
ácido encontro de metais no fígado
move-se na língua a veia farol do ódio
cada vez mais lento numa retorcida combustão
de espadas e pontos cardeais
em conclave escolhendo marujos
nas palavras
a boca
na agudeza das coisas infindas o amor não toca
ódio – cada vez mais forte – um ódio que levita
como uma agulha que deposita em gotas
um lento escorrer de limão
nas palavras
a boca
a agudeza das coisas infinitas onde o amor não toca
e à minha volta há homens que se chamam júlia
e dentes-de-leão que enfeitam os
seus corpos despidos – quentes como candeias no mar
no sorriso espetam-se cravos e
o mar flutua dentro de ti
para dentro de ti
como um mastro que balouça
num lento escorrer de limão
ácido encontro de metais no fígado
move-se na língua a veia farol do ódio
cada vez mais lento numa retorcida combustão
de espadas e pontos cardeais
em conclave escolhendo marujos
nas palavras
a boca
na agudeza das coisas infindas o amor não toca