quarta-feira, setembro 14, 2005
tratado secreto da paisagem # 2
uma bruma de vegetais principia a solidão
que se dissolve nas tuas costas
e à minha volta fecham-se os portos
..........enfeitam-se ancorados
..........os navios em fatos domingueiros
não tenho tempo – há tantas flores
e arcos de horizonte – linhas de mar
e uma luz lunar recortada nas vísceras de
um amor que foi só dor túmulo e andor
sou um espaço aberto de tecidos
estranhas costuras – papeis
..........tantos papeis para tratar – dívidas
..........um emprego
..........dinheiro emprestado que jamais poderei pagar
a tua pele descansa-me mas perdi-a
de tanto perder antes do beijo
..........antes do sítio
nossa boca cosida – estranha costura
?terá um de nós morrido?
lembro-me daquele poeta padre que
de tantos versos incompletos tombou
morrendo escrevendo versos
sem sequer se admirar com a perfeição contida em cada estrofe
..........perfeição que só a morte confere
..........a quem poeta
morre com a cabeça batida numa pedra
desenho manchadas sombras vermelhas
num caderno com capa de janeiro
e numero cada página tentando inventar
um sistema de metragem
..........qualquer coisa de digital
dedos que rompam a pele das suas
pontas – como uma chama consome uma imensa vida
a que chamamos vela
que se dissolve nas tuas costas
e à minha volta fecham-se os portos
..........enfeitam-se ancorados
..........os navios em fatos domingueiros
não tenho tempo – há tantas flores
e arcos de horizonte – linhas de mar
e uma luz lunar recortada nas vísceras de
um amor que foi só dor túmulo e andor
sou um espaço aberto de tecidos
estranhas costuras – papeis
..........tantos papeis para tratar – dívidas
..........um emprego
..........dinheiro emprestado que jamais poderei pagar
a tua pele descansa-me mas perdi-a
de tanto perder antes do beijo
..........antes do sítio
nossa boca cosida – estranha costura
?terá um de nós morrido?
lembro-me daquele poeta padre que
de tantos versos incompletos tombou
morrendo escrevendo versos
sem sequer se admirar com a perfeição contida em cada estrofe
..........perfeição que só a morte confere
..........a quem poeta
morre com a cabeça batida numa pedra
desenho manchadas sombras vermelhas
num caderno com capa de janeiro
e numero cada página tentando inventar
um sistema de metragem
..........qualquer coisa de digital
dedos que rompam a pele das suas
pontas – como uma chama consome uma imensa vida
a que chamamos vela