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quinta-feira, setembro 29, 2005

tratado secreto da paisagem # 17 

há um traço verde que cavalga
uma pérola-cabeça
[meu] pára-raios de ar pesado – infecundo
como uma neve ou nave escorrendo
dentro do corpo
do copo
do poço
do desgosto da vida des..........feita

há um traço branco que anda
anéis que penetram dedos
e dedos que como um traço penetram
anéis e envelopes por abrir
segredos incontáveis por nascer
num globo ocular que se desloca
a retina que se afoga no líquido aéreo
do tempo contado do metrónomo

a fotografia na cozinha levitando
tu de óculos escuros e água morna
biscoitos de erva doce e palavras
mãe
metáforas debaixo da língua
palavras por dizer
espaços abertos portas de perfil
a doçura de percorrer grandes desenhos a carvão
palavras escritas (palavras sem orientação)
teclas de piano e o amplexo maternal de
uma noite ainda por encetar

e tudo isto aconteceu a uma hora certa
fomos dois e tossimos
e olhámos a placa-superfície de um rio
que já não existe (?existe)
e ao fundo
um primeiro beijo junto a um barco
discreto ancorado sem gente
gloriosamente pintado – coberto de nós

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