segunda-feira, setembro 26, 2005
tratado secreto da paisagem # 14
as mães [tantas] mães reencontradas
entre os ferozes dentes dos filhos
sem que nada se possa fazer pela boca
sem que elas possam abrir-se entre
os dentes que os filhos fecham
e espetam
dentro delas há moscas
e cálices ardendo depois da eucaristia
os filhos choram [tantas] mães
depois de reencontradas nos dentes
macios de planetas invasores
onde elas gritam
e se transformam em seiva como folhas de chá
dissolvendo-se na orla dos filhos
como um amargo vertical crucifixo
elas abrem as ancas em espasmos de fémur
elas são os ossos que os filhos devoram
depois de uma brutal concepção
onde gritam a dor que provocaram aos filhos
porque todas as mães matam os filhos
e não acreditam na morte que causaram
nem nos gritos de clausura
de placenta
onde transportaram as facas e os dentes
depois de reencontradas na saliva
branca
de um sémen perdido
um leite invasor
onde os filhos gritam [tantas] mães reencontradas
entre os ferozes dentes dos filhos
sem que nada se possa fazer pela boca
sem que elas possam abrir-se entre
os dentes que os filhos fecham
e espetam
dentro delas há moscas
e cálices ardendo depois da eucaristia
os filhos choram [tantas] mães
depois de reencontradas nos dentes
macios de planetas invasores
onde elas gritam
e se transformam em seiva como folhas de chá
dissolvendo-se na orla dos filhos
como um amargo vertical crucifixo
elas abrem as ancas em espasmos de fémur
elas são os ossos que os filhos devoram
depois de uma brutal concepção
onde gritam a dor que provocaram aos filhos
porque todas as mães matam os filhos
e não acreditam na morte que causaram
nem nos gritos de clausura
de placenta
onde transportaram as facas e os dentes
depois de reencontradas na saliva
branca
de um sémen perdido
um leite invasor
onde os filhos gritam [tantas] mães reencontradas