domingo, setembro 25, 2005
tratado secreto da paisagem # 13
um dia [talvez] esta carta te chegue –
talvez às mãos [te] chegue
a mínima palavra solsticial
que agora não entendes
como não entendes os gestos
e os toques
dos relâmpagos cardíacos com que te amo
esta carta
sim
[talvez]
chegue um dia às tuas mãos e por fim
alguma coisa maior faça sentido
nas tuas mãos fechadas
no teu oco sentido esférico de olhar
as cartas não se perdem porque as cartas não
são deste mundo
hão-de entrar-te pelos ossos desatados
estas palavras
vidas que sejam até que a órbita cega
do teu coração preso
se detenha na atrasada compreensão
do amor
talvez às mãos [te] chegue
a mínima palavra solsticial
que agora não entendes
como não entendes os gestos
e os toques
dos relâmpagos cardíacos com que te amo
esta carta
sim
[talvez]
chegue um dia às tuas mãos e por fim
alguma coisa maior faça sentido
nas tuas mãos fechadas
no teu oco sentido esférico de olhar
as cartas não se perdem porque as cartas não
são deste mundo
hão-de entrar-te pelos ossos desatados
estas palavras
vidas que sejam até que a órbita cega
do teu coração preso
se detenha na atrasada compreensão
do amor