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sexta-feira, maio 27, 2005

o livro das noivas # 32 

# 32 – carta de uma sogra

?de que serve falar-te agora se é n
oit
e
estas paredes
já não têm história – os meus dedos
estão sem resposta
são um pássaro preso n
um muro a querer voar
/ mas eu falo /
[espécie de sangue por quebrar] – aos teus dedos
me dirijo – sem me virar | nem nome terei
no fim desta carta com que assinar
/ mas eu falo /
este chão já não responde a nenhuma memória
e agora que é noite / chove
e me vejo sob este angélico cipreste
imagino a volta do correio – sem parar
sem parar
sem parar § podia ter-te ainda aqui
se dissesse qualquer palavra
levemente musical
ou te beijasse as feridas | talvez um mar
já disseste que era tarde e
que de nada serve gritar agora que é noite – e o
s meus
d
edos
estão mudos
/ eu falo /
eu
falo

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