quinta-feira, maio 26, 2005
o livro das noivas # 31
# 31 – carinhosa hospitalidade
mas não senti nada – nada
reconheci as tuas mãos – as tuas penas
[seria impos
sível
n
ã
o
reconhecer as tuas pena
s]
reconheci – mesmo no escuro – as mãos
e os dentes /
reconheci tudo – mas não senti nada
ainda não sinto nada – nem um odor
no momento em que morreste eu estava consciente
ainda estou
nunca perco a consciência – nunca
tratei-te com carinho e com o respeito que se deve
aos anjos aos
amantes e aos cemitérios – mas
não senti nada – nada – nem alegria
nem
d
o
r
nem riso – minto
quando amanheceu senti um certo alívio por já me poder levantar e
finalmente ir preparar o pequeno almoço
sem me sentir culpado de te deixar
ali deitado
à espera
mas não senti nada – nada
reconheci as tuas mãos – as tuas penas
[seria impos
sível
n
ã
o
reconhecer as tuas pena
s]
reconheci – mesmo no escuro – as mãos
e os dentes /
reconheci tudo – mas não senti nada
ainda não sinto nada – nem um odor
no momento em que morreste eu estava consciente
ainda estou
nunca perco a consciência – nunca
tratei-te com carinho e com o respeito que se deve
aos anjos aos
amantes e aos cemitérios – mas
não senti nada – nada – nem alegria
nem
d
o
r
nem riso – minto
quando amanheceu senti um certo alívio por já me poder levantar e
finalmente ir preparar o pequeno almoço
sem me sentir culpado de te deixar
ali deitado
à espera