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segunda-feira, maio 09, 2005

o livro das noivas # 20 

# 20 – floricultura

neste lugar onde aterrou o satélite do nosso
amor resgatado aos cardos
penso como seria belo ter um machado
ou uma faca – algo que decepasse a nossa beleza
que torturasse a memória dos encontros a duas
e os rios imaginários do país de acantos e açafrão
onde nos tocámos tantas vezes depois de nascer
já não resta uma única árvore neste mar – nem um animal – nem um coração
de mimosa | a brancura das jóias
que te enfeitam o pescoço fazem crescer em mim um mortal
desejo de te arrancar ao corpo – d
e te elevar ao lugar do cosmo onde tranquilas fomos desenhadas
com o sabor das pétalas das rosas-pompom
em tempos pintámos estradas nos muros de cal
e bravura – tanta coragem desperdiçada – a lua amaldiçoou
o amanhecer quente dos beijos envenenados
é tarde para semear corvos
tenho a língua enrolada em penitências de feto
morrerei sufocada se não me fizeres voar
so
br
e
o jardim das garças / sufocada de ti minha língua com o teu nome /
cobra transparente – procuro-te ulisses – dulcineia – florbela
hão-de morrer todos em évora e em évora se tornarão almas sem corola
todos
todas
os animais
as amantes
nós as duas vestidas de barco e azul-marinho-czar-da-rússia

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