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quinta-feira, maio 05, 2005

o livro das noivas # 16 

# 16 – os animais

há uma cruz que te absorve e arranha
na terra o rio alarga-se como uma fábrica de topázios
mergulhando vêem-se peixes amorosos
a transbordar de pólen e azeite reluzindo
e a cru
z faz-se âncora a arrastar embarcações para o fundo
e no fundo tu
fabricando cabelos e cavalos marinhos
de olhos azuis – paralisadas pérolas cativas
como ossos aquáticos a arder nas minhas ancas –
há uma cruz que me alucina
e arranha alargando-me os braços como um
a fábrica de madrepérola e mergulhando vêem-se
peixes furiosos mordendo dedos sem pele
deixados ao acaso como lâmpadas acesas
a gritar azul – lembras-me um céu de grandes
nuvens em forma de ovo transbordando de pólen e azeite re
luzindo como uma cruz num navio de peixes amorosos
a fugir –
uma cruz de ossos – cavalos marinhos sangrando
paralisadas pérolas escritoras que adivinham o futuro
da areia dos limos e das rochas

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