terça-feira, maio 03, 2005
o livro das noivas # 13
# 13 – carta a uma noiva
terça-feira dia três de um mês que tu sabes qual é
o ano é sempre o mesmo / apesar de ir mudando o planeta
fujo de ti – hoje és o vento que [me] sopra contra
o papel e desenha os furibundos caracteres azuis onde te dou con
ta da impossibilidade de accionar o mecanismo amoroso d
os dedos – pensas que te escrevo e estás enganada minha ana
– mal te consigo imaginar
ofereço-te um pavão de muitas cores / de
senhado há anos ?e isso parece-te uma carta
marta doce marta...
como és parecida com um pavão a girar [a]
gi
rar
verde num balão – escolhi a caneta certa
neste ano que não muda neste lugar mudo – terça-
-feira de um mês adivinhado – ?maio
estamos em maio ?outra vez – aterram aeroplanos
cavam-se pequenos orifícios para ratos no jardim
marta [é como te chamo no inicio da carta] olha
o céu – a seguir digo foge
foge com o medo
que as crianças têm dos espelhos e dos navios atracados –
aterram aeroplanos numa pequena cidade onde patos
disputam fabulosas corridas de galgos
atrásdegalinhascondenadasàbrancuradosseusovos
e no fim
envés de uma assinatura – percorro com a língua as tuas coxas
até que o véu de renda caia sobre as nossas cabeças e sejamos conduzidas
pelo sopro das coisas inexplicáveis até ao beijo
caído
da nossa aliança
terça-feira dia três de um mês que tu sabes qual é
o ano é sempre o mesmo / apesar de ir mudando o planeta
fujo de ti – hoje és o vento que [me] sopra contra
o papel e desenha os furibundos caracteres azuis onde te dou con
ta da impossibilidade de accionar o mecanismo amoroso d
os dedos – pensas que te escrevo e estás enganada minha ana
– mal te consigo imaginar
ofereço-te um pavão de muitas cores / de
senhado há anos ?e isso parece-te uma carta
marta doce marta...
como és parecida com um pavão a girar [a]
gi
rar
verde num balão – escolhi a caneta certa
neste ano que não muda neste lugar mudo – terça-
-feira de um mês adivinhado – ?maio
estamos em maio ?outra vez – aterram aeroplanos
cavam-se pequenos orifícios para ratos no jardim
marta [é como te chamo no inicio da carta] olha
o céu – a seguir digo foge
foge com o medo
que as crianças têm dos espelhos e dos navios atracados –
aterram aeroplanos numa pequena cidade onde patos
disputam fabulosas corridas de galgos
atrásdegalinhascondenadasàbrancuradosseusovos
e no fim
envés de uma assinatura – percorro com a língua as tuas coxas
até que o véu de renda caia sobre as nossas cabeças e sejamos conduzidas
pelo sopro das coisas inexplicáveis até ao beijo
caído
da nossa aliança