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quarta-feira, abril 20, 2005

quarenta romances de cavalaria # 40 

# 40 – epílogo

SOU DE UM LUGAR DE ULMEIROS E ACÁCIAS em criança aprendi a encantar-me com os desenhos e as palavras que gente desconhecida havia gravado a canivete na pele branca dessas árvores nessas memórias fundei o que fui promessas de amor vestígios de guerra primeiro desenhei depois escrevi nos ulmeiros da minha infância misturavam-se traços e letras corações e às de amo-te e às de adeus e às de angustia um dia uma doença matou os ulmeiros da minha cidade mais tarde as acácias foram consideradas praga e cortadas pela fonte com o desaparecimento dos ulmeiros e das acácias escoou-se a identidade profunda do meu ser na alameda principal do cemitério do bairro onde nasci há ainda um grande ulmeiro abraçado a uma velha acácia mimosa é para lá que vou rumo à raiz de mim por coincidência alguém baptizou aquele cemitério de forma especial também por isso me dirijo para esse paraíso onde espero reencontrar-me nos ramos de duas tristes árvores de lisboa vagarosamente ocuparei o meu lugar nesse parque onde estão enterrados os meus mortos vagarosamente regressarei ao cemitérios dos prazeres_

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