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domingo, abril 17, 2005

quarenta romances de cavalaria # 37 

# 37 – sexta-feira

SAPIENTÍSSIMA PEDRA à beira do lago a ti me dirijo em oração depois da sesta se aceitares a minha confissão ficar-te-ei grato por muitas décadas a contar de agora um dois três macaquinho do chinês meu senhor eu pequei a pedra responde diz confessa-te solta os teus pecados abre o cofre deixa sair o mal que te envenena o sangue obrigado sapientíssima pedra à beira do lago por mais esta oportunidade de servir o povo de deus através de ti expiando a minha culpa através de ti tornar-me-ei santo e puro e renunciarei ao diabo a todos os anjos caídos vou começar um dois três macaquinho do chinês o meu maior pecado é não ser um nem dois nem três são tantos os pecados que me cometi que já nem me sinto pecador mas um profissional do mal vou contar-te sim no outro dia por exemplo vomitei vês que coisa pior pode um homem cometer vomitei vês como sou como posso eu viver se todos os dias cometo coisas como estas deus deu-me a comida e santificou o meu pão e eu vomitei-o no dia a seguir defequei deus misericordioso deu-me a comida e santificou-me o pão e eu defequei-o é tudo assim na minha vida deus dá e o meu corpo regurgita as mais sublimes dádivas pelo vómito pela defecação pelo suor pelo sangue pelo sémen pelas lágrimas sapientíssima pedra à beira do lago sou um passador nada do que deus me dá em mim se retém até a sua gloriosa voz me entra por um ouvido e me sai por outro salva-me mãe calhau desta tortura ainda hoje tomei a hóstia e logo a seguir lavei os dentes porque tinha um bocado do santo corpo de cristo na placa ainda e o pior é que a cuspi para o lavatório ouve-me só mais um sapientíssima pedra à beira do lago envés do vinho bendito o sangue de cristo durante a missa bebi chá ainda por cima preto diz-me tenho salvação não não tens salvação mas podes fazer-me um favor e talvez deus interfira por ti junto do pai o avô de cristo para que envés do inferno te seja dado o limbo queres sim quero aceito tudo para escapar às chamas do inferno então depois da minha contagem dá-me a felicidade e que felicidade queres atira-me à água do lago para que depois destes três biliões de anos em que aqui me encontro possa finalmente nadar só isso só isso está bem eu empurro-te então vamos um dois três macaquinho do chinês zás splach sapientíssima pedra dentro do lago confio em ti resignado esperarei pelos lençóis do limbo obrigado_

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