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terça-feira, abril 26, 2005

o livro das noivas # 6 

# 6 – os livros

abre o caderno querido e diz-
-me se ainda é possível o desejo de me desejares
como invejo os desenhos que imprimes n
as folhas quentes dessas páginas azuis
diz-me qualquer coisa branca um lápis
enquanto te vejo na biblioteca
com o teu amante – meu querido eu não te repreendo –
abre o caderno e diz-me... ainda /
– tenho as mãos quentes às vezes penso que talve
z
gostasses de as sentir nas tuas pernas
mas sei que não
que o desejo não existe s
ó livros o teu caderno de desenho navios e esse fato castanho
que vestes para o teu amante
eu vejo-te a ler-lhe histórias / julio verne / salgari /
tenho até ternura pela forma como o educas
abre o caderno querido diz-me é possível um
a frase redentora
um-mantra-que-resolva-tudo
dá-me um chapéu – tenho as mãos tão quentes
a
m
o
r
e às vezes imagino que talvez gostasses
de as sentir na tua barriga
sei que não
/julio verne / salgari /
a educação esmerada do teu homem na biblioteca
tenho mãos querido e às vezes imagino

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