segunda-feira, abril 25, 2005
o livro das noivas # 4
# 4 – a poesia da vida
tens as pernas ásperas ainda assim os dentes bem lavados
a noite é uma espécie de seara com ruídos de ambulância
e carros do lixo
nos vidros da janela do quarto reflecte-
se uma luz verde – será de um néon
tens as pernas ásperas e os pés doridos
nos vidros reflecte-se uma luz amarela se
rá de um semáforo – se a seguir vier um reflexo vermelho
então
é
nunca tinhas reparado pois não
tens as costas ásperas – o teu corpo é áspero
só dedos não são ásperos nem a boca
mas à tua boca ninguém liga – noiva
vermelho
é um semáforo / quando rebolas nos lençóis a aspereza das costas
prende o algodão – sentes-
-te mal feia/noiva/nova/envergonhada
outra vez verde – ninguém entra
só num quarto com as pernas ásperas – amarelo
a janela dispara com o vento
seara de ambulâncias ao longe e carros do lixo
só mais um esforço alguém há-de vir ao encontro das tuas pernas ásperas
tens as pernas ásperas ainda assim os dentes bem lavados
a noite é uma espécie de seara com ruídos de ambulância
e carros do lixo
nos vidros da janela do quarto reflecte-
se uma luz verde – será de um néon
tens as pernas ásperas e os pés doridos
nos vidros reflecte-se uma luz amarela se
rá de um semáforo – se a seguir vier um reflexo vermelho
então
é
nunca tinhas reparado pois não
tens as costas ásperas – o teu corpo é áspero
só dedos não são ásperos nem a boca
mas à tua boca ninguém liga – noiva
vermelho
é um semáforo / quando rebolas nos lençóis a aspereza das costas
prende o algodão – sentes-
-te mal feia/noiva/nova/envergonhada
outra vez verde – ninguém entra
só num quarto com as pernas ásperas – amarelo
a janela dispara com o vento
seara de ambulâncias ao longe e carros do lixo
só mais um esforço alguém há-de vir ao encontro das tuas pernas ásperas