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quarta-feira, março 09, 2005

açores rochas e minerais # 30 

se te imagino preso nessa casa
[bolha dentro da ilha]
é porque te amo
se penso que escreves e vomitas
o que escreves é
porque sei amar-te e não te perdoo
mantenho o punhal e o veneno
junto a mim
junto à cama
espero um sinal teu – um grito
se ainda souberes gritar
um sopro – ainda que seja final
todas as noites a minha cabeça estremece
como um terramoto na estrada
se te amo não te desejo
há entre nós uma roseta de zircão
antes do amor e da morte do amor por dentro
nos vasos de sangue do cérebro
desaparecerei num tiro inicial
perfeita
imaginada
eternidade nupcial

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