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quinta-feira, fevereiro 24, 2005

metrónomo # 39 

6.30
o gato castanho e o tejo/
submersa nesse gigante oceano androceu
a magnólia fulva de um fruto responde-me
e faz-me sentir uma felicidade carregada de um
sangue espesso – uma cobra puxa-me pelas ancas
qualquer coisa de odorífero serpenteia
na minha coluna vertebral até à cúspide craniana
e nada tenho a recear desta minha existência mamífera
não há parede ou amor desfeito que me atinja a pele
6.30
o gato castanho imprime ao caminhar os sinais
clandestinos de uma aura aquosa e colorida
escoando-se pelos pulmões – pelas ramagens do abdómen
não há temor possível neste mergulho profundo de inverno –
tudo se concentra na vontade de um gatonavio à escuta

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