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quinta-feira, fevereiro 24, 2005

metrónomo # 37 

não sei se terei tempo de te ver crescer
minha pequena cerejeira
e é por isso que estremeço na tua ausência
como um corpo abatido pela impotência
no entanto hás-de crescer e ter folhas pontiagudas
e bagas doces e um tronco
ainda que desapareça alguém te verá esplêndida
e vermelha – beberás gotas de chuva
e eu terei sido apenas a mão que te tocou a raiz
uma memória escorrendo – um laço

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