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quarta-feira, fevereiro 23, 2005

metrónomo # 35 

eu regresso e no peso desabrido da chegada
o sorriso louco dos pés
o berro excêntrico dos corvos-marinhos-de-faces-brancas
sou como um ovo em exacta combustão
fugindo dos espelhos e das ondas
que o estômago expele pelos poros dos flancos
devastador o espaço dos astros que observa os
movimentos particulares do amor proibido dos
ciprestes com as suas lápides –
visionárias aves sub-terrestres
ardendo como tochas/ponteiros

eu regresso
e durmo
e os dias hão-de passar como grandes mastros
prateados no mar
até que as mães reabsorvam pelo ventre os filhos
que deitaram à morte
e engulam a placenta – a seiva – o esplendor
do sangue que se exalta nelas
no parto

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