quarta-feira, fevereiro 23, 2005
metrónomo # 34
era uma estante de mogno vermelho
– meu universo de coisas sublimes –
entre livros a deusa indiana de marfim
uma afiada espada com histórias de guerra
e uma caveira/escondia-se o antigo metrónomo do meu avô
que nunca foi músico – nem nunca quis ser nada
já não existe a estante
nem existem os livros
nem a deusa
[a espada perdeu a memória das vidas que tirou]
e como o meu avô o metrónomo desfez-se de cansaço
à imagem da caveira vendida num antiquário para pagar dívidas
mas o meu coração continua irreversivelmente dependente
da cadência misteriosa daquele pêndulo invertido
– meu universo de coisas sublimes –
entre livros a deusa indiana de marfim
uma afiada espada com histórias de guerra
e uma caveira/escondia-se o antigo metrónomo do meu avô
que nunca foi músico – nem nunca quis ser nada
já não existe a estante
nem existem os livros
nem a deusa
[a espada perdeu a memória das vidas que tirou]
e como o meu avô o metrónomo desfez-se de cansaço
à imagem da caveira vendida num antiquário para pagar dívidas
mas o meu coração continua irreversivelmente dependente
da cadência misteriosa daquele pêndulo invertido