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terça-feira, fevereiro 15, 2005

metrónomo # 15 

ontem estiveste na praça dos penitentes
ao meu encontro –
[eu sei que é impossível/
ainda não é a bênção da loucura
talvez tenha sido aquela luz com a cor da galena/
o nevoeiro – sei lá]
– vi-te perfeitamente – senti-te
entrámos no café – a mesma mesa
as mesmas primeiras palavras
a mesma tília quente – a noite a aproximar-se – as mãos geladas
[a solidão não conta
não foi uma visão de desespero/
não quis voltar atrás]
– se nos tivesses visto
o empregado trouxe as chávenas
o
execrável
bule
de
inox/o
a-ç-ú-c-a-r
acendemos cigarros...éramos nós
fomos nós até que
voltei a fugir – tenho que fugir
?percebes
– não há senão fuga
e medo
do escuro de ametista que antecede a queda das estrelas
mundo de outras visões
estou a consumir-me como se inalasse um gás
o gás
o pânico final

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