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segunda-feira, fevereiro 14, 2005

metrónomo # 13 

desenterram os esqueletos de évora
outrora sepultados entre colunas
na ânsia de descobrir a origem dos milagres
com testes de carbono 14
profanam os poços as basílicas subterrâneas
as crípticas células de monges sem credo
portadores de antiquíssimas
verdades

[antes/entre os submersos cadáveres e o éter
estendiam-se braços na pura ramagens dos plátanos]

em cada exumação é despertada uma torrente de imprevisíveis
movimentos intra-terrestres
movem os ossos acordados apontando-lhes espadas – desafiando
lentíssimos terramotos
évora que já foi centro e cruz cumprirá
a adivinhação profética
revelada nos reluzentes frescos das suas casas pintadas

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