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domingo, janeiro 02, 2005

de te reler - o espelho - para que conste 

para que conste
à margarida guia


cada um destes poemas foi escrito para a actriz margarida guia – para a sua voz/para o seu movimento – para a musicalidade ímpar que imprime ao seu trabalho – enquanto os escrevia parecia-me ouvir a sua voz em fundo – estou de facto convencido que a ouvia/sussurrada – escrevi-os embuído da sensibilidade rara com que a margarida se relaciona com a vida
estes poemas – não só por isso – são-lhe dedicados


para que conste
à eduarda dionísio



"ANTES QUE A NOITE VENHA"
de eduarda dionísio
é um dos mais belos textos da literatura portuguesa
li-o pela primeira vez em 1993
sobre os textos/monólogos que o compõem realizei em 2000 uma exposição de pintura na sociedade nacional de belas artes em lisboa
há pouco tempo voltei a encontrar-me com o livro e a sentir-me de novo interpelado pela sua força
fui escrevendo poemas que não tendo nenhuma correspondência directa com os da eduarda alguma ligação têm
ligação essa impossível de explicar porque eu próprio não a entendo – nem me interessa explicar
mas talvez...
talvez exista um efeito de espelho entre os dois livros – dois lados de um invisível vidro reflector
de um lado os monólogos/que se movimentam num poético cosmos feminino e do outro os poemas que tentam considerar uma visão/por vezes estranha e paradoxal/de um lugar masculino da existência ou até – melhor dizendo – uma androginia masculina – verdadeira condição do homem/raramente assumida
e
por isso
raramente expressa
quem sabe se a ligação entre "DE TE RELER – O ESPELHO" e "ANTES QUE ANOITE VENHA" resida precisamente no confronto destes dois [um] peculiares universos expressos pela irremediável dor que o amor transporta.
estes poemas – não só por isso – são-lhe dedicados




frederico mira george, 25 de Dezembro de 2004


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