segunda-feira, janeiro 31, 2005
breve gramática das raízes # 37
deixo que o vento me atropele com rodas dentadas de locomotiva
que me cubra com a sua gelada mordedura
que o coração pare/eis a ruptura que espero
e aqueça
espero a paralisação dos tendões masculinos do rochedo cerebral
e a impossibilidade mecânica dos pés
sou um girasol-alto
uma fuchsia-escarlate – sem movimento
sem motor
se tentasse subir uma escada de pinheiros estancaria pétreo
como estátuas da antiguidade
entre as pinhas das ramagens mais baixas
aguardando a derrocada ígnea
que tudo regenera
deixo que o vento me preencha a boca
deixo que nela germine a magnólia perene de folhas brancas
depositando nessa floração o que de mim restar de vida intensa
cheguei ao fim das minhas capacidades nucleares
e não posso esperar
tenho um azul transbordante a espalhar-se
tremendamente
debaixo das unhas
que me cubra com a sua gelada mordedura
que o coração pare/eis a ruptura que espero
e aqueça
espero a paralisação dos tendões masculinos do rochedo cerebral
e a impossibilidade mecânica dos pés
sou um girasol-alto
uma fuchsia-escarlate – sem movimento
sem motor
se tentasse subir uma escada de pinheiros estancaria pétreo
como estátuas da antiguidade
entre as pinhas das ramagens mais baixas
aguardando a derrocada ígnea
que tudo regenera
deixo que o vento me preencha a boca
deixo que nela germine a magnólia perene de folhas brancas
depositando nessa floração o que de mim restar de vida intensa
cheguei ao fim das minhas capacidades nucleares
e não posso esperar
tenho um azul transbordante a espalhar-se
tremendamente
debaixo das unhas