domingo, janeiro 30, 2005
breve gramática das raízes # 34
via-te naquele lugar trepando muros onde
colavas cartazes e desenhavas letras
via-te sentada escrevendo textos
só
pelo prazer
de ver os caracteres traduzirem ideias
e as ideias terem as formas dos caracteres
aquele lugar tinha um sopro de vontade
um ouro
um pó
que se espalhava em conversas silenciosas
ou em estridentes gritos que reconhecia
como vulcânicas explosões de justiça
não estás lá – que terra é a que hoje se pisa naquela casa?
os muros calaram a vida que os comemorava
e cada palavra dita é com o esforço de uma dor muscular
há um veneno – uma matéria gasosa que se respira
um delírio tóxico
quando me sento naquela cadeira procurando-me em
redesenhados caracteres
sinto-me a engolir um tubo que sufoca as mais
ínfimas partes dos dedos/dos olhos/do amplexo cardíaco
fora do tempo certo de lá estar
estou
no pleno estrangulamento de um engano
como um cravo a nascer entre os espigões de uma roseira moribunda
colavas cartazes e desenhavas letras
via-te sentada escrevendo textos
só
pelo prazer
de ver os caracteres traduzirem ideias
e as ideias terem as formas dos caracteres
aquele lugar tinha um sopro de vontade
um ouro
um pó
que se espalhava em conversas silenciosas
ou em estridentes gritos que reconhecia
como vulcânicas explosões de justiça
não estás lá – que terra é a que hoje se pisa naquela casa?
os muros calaram a vida que os comemorava
e cada palavra dita é com o esforço de uma dor muscular
há um veneno – uma matéria gasosa que se respira
um delírio tóxico
quando me sento naquela cadeira procurando-me em
redesenhados caracteres
sinto-me a engolir um tubo que sufoca as mais
ínfimas partes dos dedos/dos olhos/do amplexo cardíaco
fora do tempo certo de lá estar
estou
no pleno estrangulamento de um engano
como um cravo a nascer entre os espigões de uma roseira moribunda