quarta-feira, janeiro 05, 2005
breve gramática das raízes # 3
tenho sede de vós – virgens prudentes preparai as vossas lâmpadas
ensinar-vos-ei o temor e o medo – preparai-vos para o fim do sol
quero tocar-vos – ter nas mãos os vossos corações marinhos
a vossa viagem terminou
abrir-se-ão poços para que neles se derrame o orvalho
negro do fim da aurora
que ressoe continuamente das vossas bocas
o som dos vossos nomes perdidos
deixareis de ser homens
nenhuma memória vos consolará
eu vos conduzirei ao momento final da desaparição
que seja eu o sacerdote da vossa irreversível castração
cobrirei as vossas cabeças com um véu que vos cegará
e que seja plantada uma árvore sobre o local onde
enterrarei os vossos sacrificados falos
no carmim das folhas que hão-de nascer dessa árvore sagrada –
de que sois semente e adubo – residirá a vossa última esperança – o beijo
quente dos seres voadores
que na carne dessas folhas
procurem o alimento e o prazer humano
que só os pássaros e os insectos sabem reconhecer
ensinar-vos-ei o temor e o medo – preparai-vos para o fim do sol
quero tocar-vos – ter nas mãos os vossos corações marinhos
a vossa viagem terminou
abrir-se-ão poços para que neles se derrame o orvalho
negro do fim da aurora
que ressoe continuamente das vossas bocas
o som dos vossos nomes perdidos
deixareis de ser homens
nenhuma memória vos consolará
eu vos conduzirei ao momento final da desaparição
que seja eu o sacerdote da vossa irreversível castração
cobrirei as vossas cabeças com um véu que vos cegará
e que seja plantada uma árvore sobre o local onde
enterrarei os vossos sacrificados falos
no carmim das folhas que hão-de nascer dessa árvore sagrada –
de que sois semente e adubo – residirá a vossa última esperança – o beijo
quente dos seres voadores
que na carne dessas folhas
procurem o alimento e o prazer humano
que só os pássaros e os insectos sabem reconhecer