domingo, janeiro 16, 2005
breve gramática das raízes # 15
quando a lama se movimenta sob os nossos pés
e o céu se ensanguenta
em cores de frida khalo
que resta à nossa acção que se quer directa
inequívoca
ectoplásmica
?
pergunto-te estas coisas porque és tu o grande mestre
aquele que sabemos sábio discreto e bom/o homem mais novo
que traz nos olhos e nas mãos uma violenta
força centípeda – força que contém
os princípios de tudo
e jamais
aquece a abominável esperança no futuro
habitas-me os sonhos como
um estrela
habita o espaço sideral: naturalmente
não sei porque é só em sonhos que me respondes – quando respondes
pergunto-te estas coisas porque não és triste
porque aprendeste a descansar –
só com tuas vestes vermelhas
aqueces o sol que dá luz às pedras e às raízes da passiflórea
esta terra sanguínea e as inconfundíveis cores no céu
tomaram conta de tudo
estamos a ser engolidos por um dragão sem portas
sobre as nuvens sentam-se todo os tipos de besta
trazem foices
que atiram sobre nós como se fossemos um campo para ceifar
(na realidade somos um campo para ceifar...)
trazem livros sem um único espaço em branco onde
pudéssemos semear
nem que fosse
uma pequena centelha de presente
é o futuro que nos engole
a lama é o futuro e a sua nefasta esperança
e o céu se ensanguenta
em cores de frida khalo
que resta à nossa acção que se quer directa
inequívoca
ectoplásmica
?
pergunto-te estas coisas porque és tu o grande mestre
aquele que sabemos sábio discreto e bom/o homem mais novo
que traz nos olhos e nas mãos uma violenta
força centípeda – força que contém
os princípios de tudo
e jamais
aquece a abominável esperança no futuro
habitas-me os sonhos como
um estrela
habita o espaço sideral: naturalmente
não sei porque é só em sonhos que me respondes – quando respondes
pergunto-te estas coisas porque não és triste
porque aprendeste a descansar –
só com tuas vestes vermelhas
aqueces o sol que dá luz às pedras e às raízes da passiflórea
esta terra sanguínea e as inconfundíveis cores no céu
tomaram conta de tudo
estamos a ser engolidos por um dragão sem portas
sobre as nuvens sentam-se todo os tipos de besta
trazem foices
que atiram sobre nós como se fossemos um campo para ceifar
(na realidade somos um campo para ceifar...)
trazem livros sem um único espaço em branco onde
pudéssemos semear
nem que fosse
uma pequena centelha de presente
é o futuro que nos engole
a lama é o futuro e a sua nefasta esperança