sábado, dezembro 04, 2004
o princípio # 29
havia maçãs sobre livros
cheirava a pinheiro
voavam bandeiras de oração e
a água corria como uma veia aberta
por entre os dedos
sobre os corpos
na cama
havia uma máquina de escrever sem t minúsculo
macieiras como gotas musicais
num puro papel de poema
das nossas mãos saíam furiosas goivas
sulcando chapas de madeira em
noites exaltadas pelo odor a tinta de impressão
gravações pintadas em puro papel de poema
tinha-mos um espelho
oval
magnífico
resplandecente
para onde nunca ousamos olhar
em frente à casa dois operários poliam pedra num
absoluto silêncio operário
ao fim da tarde cruzávamos olhares suados por cima do muro –
nunca um sorriso
mas a cumplicidade serena do labor comum
foram dias árvore
dias violentos como uma veia cortada
e o sangue jorrava
de felicidade
cheirava a pinheiro
voavam bandeiras de oração e
a água corria como uma veia aberta
por entre os dedos
sobre os corpos
na cama
havia uma máquina de escrever sem t minúsculo
macieiras como gotas musicais
num puro papel de poema
das nossas mãos saíam furiosas goivas
sulcando chapas de madeira em
noites exaltadas pelo odor a tinta de impressão
gravações pintadas em puro papel de poema
tinha-mos um espelho
oval
magnífico
resplandecente
para onde nunca ousamos olhar
em frente à casa dois operários poliam pedra num
absoluto silêncio operário
ao fim da tarde cruzávamos olhares suados por cima do muro –
nunca um sorriso
mas a cumplicidade serena do labor comum
foram dias árvore
dias violentos como uma veia cortada
e o sangue jorrava
de felicidade