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quarta-feira, dezembro 22, 2004

de te reler - o espelho # 8 

querido – quero que saibas...posso não voltar...peço-te
tem orgulho em mim/resisti às violações mais horrendas à
repugnância inimaginável dos beijos/resisti à lama às febres aos punhais
resisti à delicadeza com que me arrancaram coração e à dor do meu peito aberto
– mas querido...não é por nada disto que suplico pelo teu orgulho –
acredita nas letras impressas nesta ridícula espécie de papel – minha pele:
em nenhum momento – nunca – nunca – nunca percebes?
nunca me separei da nossa bandeira e apesar de ma ter sido
arrancada das garras dos meus dedos foi com ela que me amortalharam – por isso ainda
a tenho/agora/sobre mim/em mim/como dantes – a nossa bandeira querido
– por favor não tenhas medo do caixão são apenas tábuas – não percas tempo
procurando o meu pequeno coração – deixa a minha cabeça entregue à terra –
concentra-te/faz-te lúcido e procura apenas a esse pedaço de pano tão nosso
nele estará impresso a forma ruidosa do menino que conheceste





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