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terça-feira, dezembro 28, 2004

de te reler - o espelho # 23 

pode ser num cinema ou numa casa de banho de hotel –
num cinema – sim – basta escolher um filme ao acaso numa dessas
salas sem lugares marcados/talvez haja algum com um jardim por perto
com ramalhetes de amaranto e bocas-de-lobo e árvores japonesas e bancos à inglesa
onde nos pudéssemos recostar/há jardins assim com lagos e
peixes maiores que os lagos/negros/devorando-se uns aos outros por pedaços de pão
...não interessa/que seja numa lisboa qualquer/com árvores japonesas
sem árvores/com ramalhetes amaranto/sem ramalhetes amaranto
estarei no escuro de um cinema qualquer esperando a tua mão – não –
sem esperar nada – como um insecto pousado na tua respiração
serei o insecto sentado perto de ti
– a partir daí é contigo


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